16/12/2021

SENTENÇA MANDANDO CONSERVAR À IGREJA DE SÃO GENS DE MONTELONGO CERTAS HONRAS EM DIVERSAS FREGUESIAS – 26 Agosto 1335


Fonte da imagem:

 

“Sentença, proferida em Guimarães a 26 de Agosto da era de 1373 por Lourenço Martins, dito Calado, vedor dos coutos e honras de Entre-Douro e Minho, cargo para que foi nomeado por carta régia datada de Lisboa a 6 de Abril da era de 1373, (ano de 1335), mandado conservar à igreja de S. Gens de Montelongo, certas honras nas freguesias de Armil, Santa Ovaya a Antiga, Estorãos, Ribeiros, Quichães e S. Gens.

A sentença foi precedida da inquirição testemunhal em que foram ouvidos Pedro Lopes, juiz de Montelongo, Acenço Esteves, tabelião de Montelongo, Travassós e Freitas, e outros homens bons.

Este documento não é original, mas um traslado passado na dita igreja de S. Gens, a requerimento de D. Gonçalo Martins, mestre escola do Porto e abade dela, por mandado do juiz de Montelongo Vicente Martins, e do dito Lourenço Calado, a 12 de Setembro da era de 1377, dia em que a sentença foi publicada em S. Gens, pelo referido tabelião Acenço Esteves, sendo testemunha, entre outros, Gonçalo (Durão?) abade de Quinchães.»


Transcrito de:

Guimarães, Oliveira, "Catálogo dos Pergaminhos Existentes no Archivo da Insigne e Real Collegiada de Guimarães", O Archeologo Pertuguês, vol.X, Lisboa, 1905, p. 220.

 

 

 

 



 


 

15/12/2021

O MAIS ANTIGO DOCUMENTO CONHECIDO DO ACTUAL CONCELHO DE FAFE DATA DE 956

 


Fonte da imagem:

 

“Carta de Sancto Martino et de Rio Malo” é a epígrafe do mais antigo documento do actual território de Fafe.

O pergaminho, datado do ano de 956, faz parte de um códice do Arquivo da extinta Colegiada da Senhora da Oliveira de Guimarães, comummente conhecido por “Livro de Mumadona”.

Actualmente guardado no Arquivo Nacional da Torre do tombo, o “famoso” códice reúne várias dezenas de documentos, onde encontramos outras referências ao actual concelho de Fafe. Desta documentação daremos conta em trabalho, na forja, intitulado “Fafe no Livro de Mumadona – séculos X e XI”.

O presente documento formaliza o compromisso dos esposos, Astrulfu e Nomina, voluntariamente e na condição de “serviçais”, passarem a habitar e trabalhar na casa de Zamario (padre) e Farega (devota), na sua “villa” de “São Martino de Rio Malo”, actual paróquia de São Martinho de Fareja.

Os conjugues comprometem-se a prestar bom serviço na “villa” como na igreja e a pagar uma multa pesada caso não cumpram as suas obrigações.

Um documento com 1065 anos, reproduzido nas Inquirições de D. Afonso II em 1220, que aqui transcrevemos:   

 

 Carta de Sancto Martino et de Rio Malo

Astrulfu et nomina vobis zamario presbiter et farega per hune placitum nostrum uobis conpromittimus quomodo sedeamus uel habitemus in ustra casa et apud uos et in uestra villa et faciamus ibidem seruitio sicut facent homines bonos. et si in uestra casa fraudem fecerimus aut in uestra villa aut in uestro labore aut de nostro aut si in alia parte transire uoluerimus  sine uestro mando aut sine uestra beneditione sicut in scriptura resona que sedeamus uestros seruus traditus post parte uestra et parte ecclesia sancti martini et insuper pariemus uobis x boues extra aliqua dilatatione et uobis perpetim. Facta placitus XIIII kalendas marcias. Era Dª CCCCª LXXXXª IIIIª. Astrufu et nomina in hoc olacitus manus nostras roboramus. Dado test. Ranemiro test. Eredo test. Aloito presbiter. Susana deuota test. Spanosendo test. Cidi presbiter test. Fafila presbiter scribsit.

 

In Guimarães, Oliveira, Vimaranis Monumenta Historica, Vimaranensis Senatus, Guimarães, 1908, p. 6.

 

 



13/12/2021

A IGREJA DE SANTA EULÁLIA ANTIGA DE MONTE LONGO NO "TRATADO HISTÓRICO DO REAL MOSTEIRO DE SANTA MARINHA DA COSTA" 1748



Igreja de Santa Eulália de Fafe (Matriz)










https://archeevo.amap.pt/details?id=114562

 



Cap. XIII

Igrejas anexas.

Tem este Mosteiro cinco Igrejas anexas em que apresenta Curas: A de Santa Marinha da Costa, de Santa Maria de Atães, de Santa Eulália de Barrosas, de Santa Maria de Pedroso, e de Santa Eulália antiga de Monte Longo. (…)

A Igreja de Santa Eulália antiga de Monte Longo foi doada a este Mosteiro por El Rei D. Pedro I na Era de Cesar de 1398 que é o ano de Cristo de 1360, sendo Arcebispo de Braga D. Guilherme, com obrigação de duas missas quotidianas cantadas, uma em sua vida por ele e por estado real e depois da sua morte pela sua alma, outra por alma de sua mulher D. Inês de Castro. Estas missas supõe-se entrarão na redução como veremos no Cap. 16.

O traslado autentico da doação está no nosso cartório, gaveta 11ª, nº 15.

A Corografia de Carvalho diz que esta igreja fora Mosteiro, ainda que de Ordem não se sabe e que se entende fora fundado por algum fidalgo dos do apelido Fafez, porque dizem ser este o solar desta família, e que daqui fora Senhor D. Godinho Fafes, filho primeiro de D. Fafes Luz, rico homem e Alferes do Conde D. Henrique, e que esta Vila e Freguesia tomarão dela o nome. Não se sabe quando se extinguiu.

É esta igreja de Santa Eulália antiga de Fafe a que mais vulgarmente se chama de Monte Longo, não só a melhor que todas as outras que temos no rendimento, senão também das melhores que há em todo o Reino nas indulgências de que goza por estar incorporada à Igreja de São João de Latrão por Bula principia. Capitulum et Canonic. Sacro Santa Latranensis Eulalia passada a 8 de Maio de 1610, sendo Sumo Pontifice Paulo V, à instancia do Reverendo Francisco Bráz Abade de São Clemente de Basto, Juiz da Irmandade de São Pedro, cita na Igreja da mesma Freguesia de Santa Eulalia, e mais officiais e confrades. O Papa Bonifacio disse que se os homens soubessem quantas são estas Indulgencias, não iriam a Jerusalem nem a nem a Santiago de Galiza. O Papa Inocencio que são tantas, e infinitas, que só Deus as pode numerar as quais todas confirmava.

Indo em visita o ilustríssimo Dom João de Souza, repreendeu o Párocop por não ter fechadas as portas da igreja, a quem este respondeu que nem sua Ilustrissima com com seu Prelado as podia mandar fechar e perguntando a causa lhe apresentou a Bula. Ficou o Prelado um pouco suspenso, rompendo depois nestas palavras: é possível que esteja aqui o tesouro escondido no campo?

Faz-se nesta Freguesia Endureças e Procissão de Passos.

Tem uma imagem de muito concurso na capelinha de Santo Ovidio no primeiro domingo depois do dia da Assunção de Nossa Senhora.

Andam arrendados os dízimos desta Freguesia ao presente em sete centos mil réis. 700000.

Rende ao Cura seis mil réis, dois alqueires de trigo, dois almudes de vinho, e duas libras de cera, que lhe dá de Côngrua este Mosteiro: de obradas, cento e sessenta alqueires de pão e dos seus passais, um ano por outro quarenta e uma […]

 Em nenhuma as sobre ditas anexas pode pregar Pregador algum de fora sem licença do Prelado deste Mosteiro por Provisão do Ilustrissimo D. Rodrigo da Cunha passada a 28 de Março de 1632, e confirmada pelo Núncio a 3 de Outubro de 1633. Confirmada tambem pelo Ilustrissimo D. Rodrigo de Moura Teles a 20 […] e ultimamente por Provisão do Serenissimo D. Joze passada a 27 de Abril de 1742.

 

TESTAMENTO DE GUTERRE WILIFONSI AO MOSTEIRO DE SÃO BARTOLOMEU DE S. GENS EM 1158



https://archeevo.amap.pt/details?id=121583



“Testamento de Guterre Wilifonsi. Feito na era de 1196, pelo qual lega todos os seus bens ao mosteiro de São Bartolomeu de São Gens. Alguns dos bens são legados com reserva do usufruto vitalício para outrem e como cláusula de permanecerem sempre íntegros em poder do mosteiro, prevenindo-se a hipótese de serem partidos os bens deste. Neste caso os bens seriam usufruídos pelos parentes do testador até que o mosteiro fosse restaurado novamente. Os bens doados, além dos móveis, são em [Argividi], [Amenal],[Docii] e em Villa Meã. Também lega uma casa sita em Guimarães ao hospital de Jerusalém”.


Transcrição de:

Guimarães, João Gomes de Oliveira (Abade de Tagilde), O Archeologo Português, vol IX, 1904, p. 88.

 

12/12/2021

CONFISSÃO DE PAGAMENTO E ENTREGA DE TERRAS PELO ABBADE DE SANTA EULÁLIA DE REVELHE DOMINGOS GONÇALVES 1394


https://archeevo.amap.pt/details?id=287829


LXVII

1394

«Sabbam todos que eu Domingos Gonçalves abbade de sancto Ovaya de Reuelhe do arcebispado de Bragaa julgado de monte longo conhosco e confesso que recebj de dom Steuom priol do mostejro de Souto de Ribadaue…… em boa paga e entrega de todos os beens e cousas que o dito dom Steuom ouue de dar de receber e demjmjstrar e de procurar da dita minha Eigreja dês tempo que …… della foj abbade ataa este sanhoane bautista que foj desta Era …… conuem a saber des ha era de mille IIIIº centos trinta e huum annos ataa este ano da Era de mill e quatrocentos e trinta e dous anos que ora anda e das …… pessoas …… que aa dita Eigreia fossem obligadas de quaes el recebesse e ouuesse e que o dito priol page todos os encarregos que a dita Eigreia he tiuda de pagar do sobre dito tempo e que os page …… coreenta dias e que o dito abbade page coreenta soldos para …… deste ano a Bragaa e que qualquer que for tehudo a pagar a paga que …… dauer da dita Eigreia do …… que a page e por ende o dou por quite e por ljure el aiades seus …… cousas e nunca o por a dita razom demande nem posa demandar em juiso nem fora del nem outrem por mjm nem por a dita minha Eigreia e posto que o demande outorgo que non valha e pedirom senhos estromentos. feito foj em Reuelhe vjnte e seis dias do mes de Julho Era de mil  e quatrocentos trinta e dous annos. testemunhas Steuom Martins, Joham Gonçalves ffernam uelho de Reuelhe e outros. E eu Gonçale anes taballiom delrej em monte longo que este stromento screuj e aqui meu signal fiz que tal he …»


Transcrição retirada de:

GUIMARÃES,  João  Gomes  de  Oliveira, Documentos  inéditos  dos  séculos  XII-XV. Mosteiro de Souto. Revista de Guimarães, 7 (2) Abr.-Jun. 1890, p. 66 e 67

https://www.csarmento.uminho.pt/site/s/rgmr/item/53606

 


11/12/2021

A IGREJA ROMÂNICA DE SÃO ROMÃO DE ARÕES EM 1914



Era este o aspecto da Igreja Românica de Arões S. Romão antes do ano de 1914.

Estas imagens (raras) fizeram parte de uma exposição/conferência intitulada "Arte Românica em Portugal", realizada no "Atheneu Commercial do Porto" em 4 de Janeiro de 1914.

Em 1918 o arqueólogo e crítico de Arte Joaquim de Vasconcelos (1849-1936) eternizou em livro o referido evento.
A Igreja de Arões aparece retratada nas páginas 126 e 127 desta obra que é um autêntico mostruário da arquitectura Românica do Norte e Centro de Portugal, com fotografias do reconhecido artista Marques Abreu.

Escusado será afirmar o mau gosto da época que cobriu a beleza da cantaria bem esquadrada, com o frio e alvo reboco.




 

Veja a publicação aqui: https://purl.pt/978

 

09/12/2021

A INAUGURAÇÃO DO TEATRO-CINEMA NA IMPRENSA LOCAL DE 1924

 



A inauguração do renovado teatro de Fafe, em 10 de Janeiro de 1924, uma aspiração antiga de muitos fafenses, que assistiram à “decadência” da antiga casa de espectáculos de Fafe, foi motivo de grande regozijo.

O promotor da obra, José Summavielle Soares, transformou um “velho barracão”em uma das melhores salas de entretenimento da região.

O acontecimento não passou ao lado da imprensa local da época; os semanários “A Democracia”, “O Desforço” e “O Fafense”, deram o merecido destaque à abertura pública do Teatro-Cinema, tecendo rasgados elogios ao edifício e ao seu promotor.

Foram dias de festa os que se viveram na vila de outrora, agradada com o importante melhoramento, cujo eco jornalístico damos a conhecer.





 

 A DEMOCRACIA




«Uma festa interessante

A INAUGURAÇÃO

Do Teatro-Cinema de Fafe

Realizou-se no dia 10 do corrente a inauguração do novo teatro desta vila, reconstruído a expensas do grande benemérito de Fafe Ex.mo Dr. José Summavielle Soares.

Escolhida, para a Festa de Abertura, a companhia dramática da distinta actriz Aura Abranches, foi naquele dia levada á scena a soberba peça de Nicodemi «O Grande Amor».

A linda sala de espectáculos apresentava um aspecto brilhante.

Belamente iluminada com inúmeras lâmpadas eléctricas, destacava-se toda a sua suntuosa decoração, as lindas pinturas onde se sente perpassar o sopro da mais encantadora arte, os dourados fulgurantes, os motivos decorativos em tons graciosos e alegres, dando a tudo singular realce os bustos gentis das mais distintas damas desta vila que ocupavam os camarotes, quasi todas em lindas toilettes de baile.

A sala estava cheia, completamente cheia.

Pelas 21 e meia horas começou o espectaculo, sendo correcto o desempenho por parte de todos os artistas.

Cumpre especializar Adelina Abranches que interpretaram os seus papeis com inteligencia e sentimento, dando-lhes relevo e brilho.

No intervalo do 2º para o 3º acto quis a Câmara Municipal deste concelho testemunhar publicamente, naquela festa encantadora, o quanto Fafe deve ao homem ilustre que, sem se preocupar com interesses de mercantilismo, dotou esta formosa vila com tão importante melhoramento.

Convidado S. Ex.ª para ir ao palco, aí apareceu tambem a comissão executiva da Camara, composta dos Ex.mos dr. Artur Vieira de Castro, dr. Parcidio de Matos, dr. Manuel Moreira, Angelo Fernandes e Manuel do Vale Ribeiro, portanto o rico estandarte municipal o digno chefe da secretaria snr. Manuel Joaquim da Silva Peixoto.

O snr. dr. Parcidio de Matos, em frase burilada e correcta. Como sempre, fez um caloroso, mas justo elogio da obra já tão vasta do snr. dr. José Summavielle em prol desta vila, que disse ser a mais linda de Portugal.

Frisou como a sua passagem pela Camara Municipal foi profícua e inteligente, rasgando ruas, fazendo jardins, transformando largos, instalando a luz elétrica, fazendo o encanamento e aproveitamento das aguas para abastecimento da vila, etc. etc.

No hospital desta vila, onde durante alguns anos exerceu o cargo de provedor, tambem vincou bem a sua modelar administração, dotando o edifício, a par de outros importantes melhoramentos, com um lindo balneário e com uma sala de operações que é, sem duvida, uma das melhores da província.

Disse mais o snr. dr. Parcidio de Matos que S. Ex.ª, por último, brindara Fafe com uma sala de espectáculos tão linda, tão graciosa, como poucas haverá em Portugal.

E, frisando o que uma casa destas tem de útil e os benefícios que pode prestar sob o ponto de vista social e educativo, terminou por entregar ao homenageado o diploma de «Cidadão Benemérito do Concelho» com que a Câmara quis muito justamente honrá-lo, diploma que fora escrito em pergaminho e encerrado, com a cópia da acta em que tal deliberação foi tomada, numa rica pasta com emblemas em prata.

O sr. Dr. José Summavielle, visivelmente comovido, agradeceu a homenagem que vinha de lhe ser prestada, e afirmou que nada mais fazia, nada mais tinha feito do que o seu dever, pelo grande amor que consagra a esta linda terra.

Todos os espectadores, que de pé assistiram a esta homenagem, coroaram de estrondosas e prolongadas palmas tanto as palavras do snr. dr. Parcidio, como as do snr. dr. José Summavielle fazendo a este uma carinhosa ovação.

***

Terminado o espectaculo, realizou-se no amplo salão nobre do Teatro um baile oferecido pelo snr. dr. José Summavielle e ex.ma Esposa para solenizar a inauguração da nova casa de espectáculos.

O salão encheu-se com as mais gentis, com as mais distintas damas desta vila e algumas de fora, oferecendo um golpe de vista encantador.

Profusamente iluminado com artísticos lustres, o seu rico mobiliário, a sua pintura, os seus espelhos de cristal davam-lhe aspectos de uma grandiosidade enlevante.

Com a maior animação decorreu aquela linda festa até ás 7 horas do dia 11 dançando-se sempre com “entrain”.

Os Ex.mos dr. Summavielle e esposa e gentis filhinhas foram de uma amabilidade extraordinária para todos os convidados, que daquela festa, guardam, positivamente, as mais gratas impressões.

O serviço, abundantíssimo e primoroso, foi servido pela acreditada Confeitaria Oliveira, do Porto.

A orquestra para o baile foi a do Teatro-Circo, de Braga.

***

No dia 11 representou-se linda peça «Primorose», e no dia 12 «Madalena Arrependida» [texto ilegível].

Para terminar a série de récitas com que tão auspiciosamente foi inaugurado o novo teatro, levou á scena a companhia Aura Abranches o drama «Injustiça da Lei» cujo desempenho foi correcto, destacando-se, como sempre, Adelina Abranches, Aura Abranches e Alexandre de Azevedo.

No intervalo do 2º para o 3º acto deste ultimo espectaculo, o snr. dr. Jos´r Summavielle convidou a distinta atriz Aura Abranches para descerrar a lápide comemorativa da inauguração do teatro, que fora colocada no átrio do mesmo e se achava coberta com a Bandeira Nacional.

Nessa altura o Ex.mo dr. Manuel Morato, Juiz de Direito em Melgaço e que durante alguns anos exerceu nesta comarca o cargo de Delegado do Procurador da Republica, falou entusiasticamente, fazendo, num discurso elegante e alevantado, o caloroso elogio da obra do snr. dr. José Sumaviéle Soares, dirigindo tambem as suas felicitações á companhia dramática e á sua principal figura a gentil Aura Abranches.

Esta agradeceu em breves mas interessantes frases, dixendo graciosamente que ela e os seus colegas levavam de Fafe as melhores impressões, e que o povo desta terra se devia orgulhar do «amorzinho de teatro com que o snr. dr. Sumaviéle a quis dotar».

Em seguida a mesma distinta atriz descerrou a lápide de mármore, onde em letras de ouro se lê: «Inaugurado em 10-1-24 pela Companhia Aura Abranches».

O publico coroou esta cerimonia com entrepitosos aplausos, sendo levantados vivas ao snr. dr. José Sumaviéle, e a orquestra executou a Portuguêsa.

***

A orquestra dos espectáculos, sob a batuta do snr. Carvalho, regente da Banda de Revelhe, agradou muitíssimo, executando em todas as quatro noites de festa lindos trechos musicais.

Está-se procedendo no teatro á montagem do aparelho cinematográfico, que nos dizem ser o mais moderno e aperfeiçoado.»

In jornal “A DEMOCRACIA”, nº 129, 13 Janeiro 1924

 

 

O DESFORÇO




 

«Progresso de Fafe

Inauguração do «Teatro-Cinema»

Déz de Janeiro foi de festa para a nossa linda terra!

Inaugurou-se nessa noite o «Teatro-Cinema» - nome tão simples para obra tão grande.

As terras mais prosperas e mais formosas, os homens de mais talento e acção, as obras mais magnificas e mais encantadoras, são as que teem os nomes mais simples. Assim, este belo canteiro do Minho que todos admiram, chama-se só Fafe; um grande filho que se orgulha de possuir e que lhe tem dado dotes invejáveis, só quatro letras tambem tem o seu nome – Josè; a excelente obra da sua iniciativa que ahi se levanta na rua Mgr. Vieira de Castro é simplesmente - «Teatro-Cinema». Mais nada.

«Teatro-Cinema» lê-se cá fora: mas quem ler aquela singelesa de palavras não avalia o que lá dentro está: decoração a gosto, arte positiva, agradável disposição de tudo. Luxo e elegância desde o altivo salão níbre ao vasto palco e confortáveis camarins, desde a deslumbrante entrada principal á plateia, frisas e camarotes; desde o agradável terraço ao jardim lateraes.

Dignos de louvores são quantos colaboraram nesta obra importante: dignos de honra são: o técnico de «A Japoneza, Ld.ª», do Porto, sr. Duarte d’Almeida, que deu áquilo tudo um tom prodigioso, caprichando no mobiliário e adorno do salão principal, que é, no genero, um dos raros que devem existir; e os habeis pintores que com tintas multicolores fizeram realçar o tecto, imprimindo-lhe poesia e o artista da sacada em cimento que sobresae na frontaria.

«Teatro-Cinema» !

Quer dizer: ali, naquela casa modelo, poderão funcionar as melhores e maiores companhias e exibir-se as mais perfeitas fitas cinematográficas.

E assim foi que, quinta-feira passada, teve a honra de trabalhar pela primeira vez no sobredito teatro, inaugurando-o solenemente, a Companhia Aura Abranches, uma das melhores do paiz.

Representou O Grande Amôr, que maior não póde ser – o amor de mãe!

Aura Abranches, no papel de Maria Bini (professora) é que representou e muito bem esse grande amor. Perdêra uma filha que, devido á autoridade e inergia do sindico C. de F. (Sacramento) encontrara nove anos depois. No grande Amôr a distinta artista revelou naturalidade, arte, perfeição, como Adelina Abranches no papel de Directora se houve perfeitamente.

Mas quem foi a personagem mais importante da grande noite, da noite de triunfo, de alegria, de aféto, de galas, de glorias?

Foi precisamente, o homem de reconhecida inteligência e acção, o bairrista apaixonado, o engrandecedor de Fafe, o dono da admiravel casa de espectaculos que é o dr. José Summavielle Soares!

Foi ele, não podia deixar de ser!...

A Camara, representada pela sua ilustre Comissão Executiva – dr. Artur Vieira de Castro, dr. Manoel Moreira, Angelo Fernandes e Vale Ribeiro, com o seu estandarte, foi homenagia-lo ao palco, entre o 2º e o 3º actos, levar-lhe uma mensagem escrita em pergaminho e metida numa luxuosa pasta. Tinha-o proclamado cidadão benemérito do concelho de Fafe.

O ilustre vice-presidente dr. Parcidio, fez um discurso eloquente, brilhante, como ele sabe fazer, pondo em destaque a grande obra do filho desta terra: historiou a sua passagem pela Camara que foi eficaz, feliz, quer na abertura de ruas e aformoseamento de largos, quer na arborisação e jardinagem, etc.; deu luz á vila e resolveu as aguas na casa começada por seu avô José Florêncio Soares, a quem o orador aludiu com admiração e saudade; frisou a sua passagem pelo Hospital que dotou com um moderno balneário e perfeita sala de operações; não esqueceu porem a sua administração honesta, honrada, desinteressada; e toda essa obra coroada agora com a mais bela e moderna casa de espéctaculos que naquela noite se inaugurava.

Respondeu sua ex.ª de improviso com palavras felizes de vivo agradecimento, confessando o amor que alimenta por esta boa terra, mas como que querendo dizer que apenas cumpria o seu dever, que tudo isso que fez é pouco e que o teatro se deve a ele sim, mas que o auxiliou imenso a casa «A Japoneza Ld.ª», ali representada.

Valor e modéstia!

Quando a Camara apareceu no palco, as palmas foram estrondosas e demoradas, assim como depois do agradecimento do sr. Dr. Summavielle. A orquestra executou «A Portugueza» e tudo de pé e respeitosamente assistiu áquela passagem sublime da grande festa.

Estava feita a apoteose ao merecimento, ao trabalho, á honradez, á inteligência!

Grande Amôr!

Uma mãe que ali estava e que tem o nome de uma modesta mas linda flor – Margarida – como o devia sentir!

A outra alimentava o grande amor por uma filha que julgava ter perdido!

Esta, revigorava-lhe em labaredas, no coração, o grande amor por um filho que sempre tivera junto de si e que naquela noite de alegria via glorificado!

As mães querem aos filhos como Maria quis a Jesus!

Jesus foi unico no mundo!

Homens prodigiosos tem havido na terra!

Portugal tem tido grandes homens!

Ao lado dos homens importantes de Fafe enfileira em primeiro logar o dr. José Summavielle Soares!

E poderia enfileirar ao lado dos homens notaveis de Portugal se quizesse…

Na alta administração do Estado como seria desejada a sua colaboração!...

Não quere…

Fafe tambem precisa dele aqui para se engrandecer, para se elevar mais.

Fafe adora-o!

O teatro, repleto, na noite de 10 – senhoras e creanças, velhos e novos – mostrou quanto lhe quere, a simpatia que lhe dedica – nos aplausos que lhe fez.

Fafe!

Dr. José!

Simples nomes mas terra formosa, alma formosa!

Grande Amôr!

Grande amor que o segundo tem á primeira!

Bem escolhida peça de inauguração: - Grande Amôr!

Ao fim do terceiro acto da obra de Dario Nicodemi estava inaugurado com sumptuosidade o «Teatro-Cinema» a que concorreu bastante oficialidade do exercito, muitas famílias de fora e da terra.

A Camara, honrando, honrou-se!

O dr. José Summavielle atingiu o auge da estima!

E Fafe, que se deve orgulhar do monumento que ahi tem e que é uma honra para a terra, jamais deve deixar de concorrer a espectaculos ou cinemas, tal qualmente o fez na noite da inauguração e tres seguintes.

A seguir ao espectaculo realizou-se um baile no salão nóbrepara convidados da terra e de fora, que esteve animadíssimo, dançando-se até às 7 horas do dia 11-

“O Desforço”, admirador e amigo do dr. José Summavielle Soares, reitera-lhe os seus aplausos com um entusiástico e afétuoso:

Viva o dr. José Summavielle Soares!

***

Alem da imprensa local, assistiu ao espectaculo de inauguração o nosso presado colega do «Jornal de Noticias» do Porto sr. Armando Gonçalves, funcionário superior da Camara do Porto.

- «A Japoneza, Ld.ª», do Porto, foi a que ofereceu para o espectaculo de inauguração os lindos programas profusamente distribuídos.

- a orquestra, sob a regência do snr. Joaquim Carvalho, que executou admiravelmente, era composta de amadores e profissionais da terra.

- O pessoal do teatro usa todo fardas.

As três lindas peças que se apresentaram nas noites seguintes - «Primerose» e «Injustiça da Lei», agradaram muito, sendo os interpretes entusiasticamente ovacionados.

***

No domingo, entre o 2º e o 3º actos, o sr. Dr. Summavielle convidou a laureada actriz Aura Abranches a fazer o descerramento de uma placa de mármore com letras douradas colocada no átrio, onde leu, com surpresa para ela, os seguintes dizeres: - «Inaugurado em 10-1-24 pela Companhia Aura Abranches».

Falou nessa ocasião o snr. dr. Manoel Morato, ex-delegado nesta comarca e actualmente Juiz de Melgaço, que elogiou em frases elegantes a obra do dr. Summavielle, dizendo que ela trazia grande beneficio para a população deste concelho, quer pelo lado recreativo, quer pelo lado educativo e que sua ex.ª tinha tido a feliz ideia de escolher para a inauguração uma das melhores companhias portuguezas dirigida pela gentil actriz Aura Abranches-

Esta agradeceu graciosamente em palavras breves mas distintas, fazendo o elogio de Fafe de onde leva as mais gratas e saudosas recordações – e do seu povo, que é um povo educado, felicitando-o pelo bijou que possue. Palmas e vivas ao dr. Summavielle.

As gentis filhas deste ilustre homem ofereceram á Companhia dois lindos ramos de flôes naturais.

Rematou a cerimónia com a execução da «Portugueza»

In jornal “O Desforço”, nº 1592, 17 Janeiro 1924

 

 

O FAFENSE




«SOLÉNE INAUGURAÇÃO

Do

TEATRO-CINÊMA DE FAFE

Reconstruido a expensas do grande fafense, S. Ex.ª o Dr. Sumaviele Soares foi inaugurado no passado dia 10 do corrente, com extraordinário brilho e pompa, o novo teatro desta vila.

Esteve um acto sobremaneira digno de assunto. Imponente e magestosa foi essa festa, não só por o que ela representava, como tambem pela merecida homenagem que a digna Camara de Fafe rendeu a um dos mais distintos Homens do concelho.

O tema é vastíssimo e quasi igual á nossa boa vontade; porem, não nos passa pela mente a mais ligeira sombra de vaidade de o desenvolver. No conjunto destas circunstancias aí vai, á vol-d’oiseau, a descrição dessa suntuosa festa.

9 horas. Noite de inverno. Apesar da chuva miúda e impertinente que caía, notava-se grande movimento á porta do teatro. Escolhendo caminho seguro entre os automóveis e trens, detivemo-nos alguns momentos no vestíbulo, e depois, um pouco a custo, entramos.

A plateia e camarotes já se achavam literalmente repletos!

Que aspecto! Que efeito surpreendente!

Aquele teatro tão mimoso, tão colorido, tão cheio de luz, destacando as vaporosas e garridas toilettes de baile, que as gentis senhoras da nossa mais fina elite ostentavam, deu-nos a viva impressão dum descomunal e perfumado crisântemo, carregado dum sem numero de multicolores borboletas!

Belamente impressionados, recostamo-nos ao nosso fauteiul.

Corremos a vista em redor, e, depois de ouvirmos um pouco a rasoavel orquestra, subiu o pano, e a Aura Abranches encetou a representação da peça de Nicodemi, «O Grande Amor». Foram 3 actos emocionantes! Amor de mãe! E’ realmente o único amor a que se pode chamar Grande!

Dario Nicodemi não procurou somente escrever (como uma boa parte dos que escrevem para teatro) uma fantasia sugestionadora, não. A tortura d’aquela alma pela anciã de voltar a ver a sua filhinha querida diz muito mais.

Valendo-se d’um caso da vida pratica, Nicodemi prova-nos edificantemente a incomensurabilidade dum coração de mãe.

O desempenho, conquanto o Sacramento não estivesse nos seus dias felizes, satisfez, tendo que salientar-se o magistral trabalho da grande artista Adelina Abranches.

Passemos ao que mais importa. Aproveitando o intervalo entre o 2º e 3º acto, a digna Camara de Fafe, que tinha resolvido, em acta já lavrada, conceder a justa e bem merecida honra de Cidadão Benemerito do Concelho a S. Exª o Snr. Dr. Sumaviele Soares, veio ao paleo acompanhado de S Ex.ª

Nessa ocasião o imenso auditório ergueu-se, e o ilustre advogado desta vila Dr. Parcidio de Matos, em nome da Camara de Fafe, frisou numa alocução brilhante o quanto S. Ex.ª o Snr. Dr. Sumaviele Soares tem feito por esta linda terra. Feita a entrega do diploma que uma rica pasta encerrava, acabou por dizer que S. Ex.ª tem no coração de todos os Fafenses um verdadeiro altar de veneração.

O Snr. Dr. Sumaviele Soares, visivelmente comovido, agradeceu, e, com chave doiro, como sempre, modesto, fecha o seu eloquente discurso, dizendo: - «De forma alguma quero roubar, com o desalinho e desbarato das minhas simples palavras, o precioso tempo que resta para nos devertirmos».

Uma estrondosa salva de palmas rebentou por todo o auditório, sendo S. Ex.ª muito felicitado.

A noite acabou por um animado baile á rigore, oferecido por S. Ex.ª e Sua Ex.ª Esposa no Salão Nobre do Teatro, e para o qual, somente se achavam convidadas as melhores famílias da nossa Sociedade. Consta-nos que decorreu muito animado, e que foi esplendidamente servido. Acabou ás 7 da manhã.

No dia 11 representou-se a «Primorose», e no dia seguinte a «Madalena Arrependida».

Por absoluta falta de espaço é-nos interamente impossível fazer referencias sobre estes espectáculos, contudo, precisamos frisar, que tanto as peças como o desempenho, satisfez cabalmente.

A serie de representações da inauguração terminou com a peça «Injustiça da Lei», sendo, no intervalo do 2º para o 3º acto da referida peça, descerrada, pela distinta atriz Aura Abranches, a lápide comemorativa da inauguração do Teatro, e na qual se lê: «Inaugurado em 10-1-24 pela Companhia Aura Abranches.

Nesta altura o Ex.mo Dr. Manuel Morato, muito digno Juiz de Direito em Melgaço, fez num caloroso discurso o elogio da grandiosa obra de S. Ex.ª o Dr. Sumaviele Soares, e, na pessoa da gentil e distinta atriz Aura Abranches, dirigiu tambem as suas felicitações à Companhia Dramatica.

Aura agradece com talento e graça, coroando o publico esta cerimónia com muitas palmas e vivas a S. Ex.ª o Dr. Sumaviele Soares.

O serviço de Bombeiros foi feito pela denotada corporação dos Bombeiros 28 de Julho desta vila.

In jornal “O Fafense”, nº 11, 27 Janeiro 1924


Fachada do Teatro-Cinema, c. 1924


 

 

 


08/12/2021

FAFE NA REVISTA BRASIL PORTUGAL – 1909

Na Hemeroteca Municipal de Lisboa, um extraordinário exemplo de partilha pública em linha de documentação, encontrámos, na revista lisbonense “Brasil - Portugal", no seu nº 258, de 16 de Outubro de 1909, um artigo sobre Fafe, que se expande por três páginas, profusamente ilustradas, cujas imagens reproduzimos.









Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa




 

 

 

 

 

 

 



06/12/2021

A TUNA ACADÉMICA DO LICEU DE BRAGA VISITOU FAFE EM 1906

«Excursão a Fafe - Academia do Lyceu de Braga»
Fonte: https://arquivo.cm-pontedelima.pt/



Em 8 e 9 de Dezembro de 1906, a Tuna do Liceu de Braga, representada por cerca de meia centena de elementos, deslocou-se à villa de Fafe, onde foi pomposamente recebida e aplaudida no teatro local.

Do Arquivo Municipal de Ponte de Lima, https://arquivo.cm-pontedelima.pt/ resgatámos duas fotografias feitas na ocasião e reproduzimos uma notícia do semanário, “O Jornal de Fafe”.

 

 

«A festa dos académicos

Estão entre nós desde hontem, cerca de quarenta académicos do lyceu de Braga, que vieram em excursão a esta terra, e aproveitaram o ensejo de dar uma récita de gala no theatro.

O sympathico grupo foi hontem de tarde esperado, pelas 2 horas, no limite da villa por muitas pessoas que foram aquardar a chegada, pela corporação de bombeiros e respectiva banda, apeando-se alli dos trens n’uma recepção festiva a que os recem-chegados se associaram n’essa alegria expansiva da mocidade, organizando em seguida a sua tuna, que veio executando ruas acima, acompanhados de muito povo, até ao edifício da camara.

A nossa vereação esperava alli os visitantes, e trocando-se os cumprimentos de boas vindas, folou um dos académicos, o nosso conterraneo snr. Leopoldo Freitas que, por entre expressões de agradecimento pelo acolhimento recebido, produziu um excellente discurso, sendo levantados repetidos e recíprocos vivas á academia de Braga, ao povo, á camara, etc.

D’alli seguiram em visita aos dois clubs, aonde foram do mesmo modo recebidos.

A’ noite realizou-se o espectaculo. O theatro estava vistosamente adornado com colgaduras e plantas, enchendo-se quisi litteralmente de pessoas.

O programma foi o seguinte:

I – Hymno Academico pela tuna e discurso de abertura, pelo presidente.

II – A comedia em umm acto – O Capitão de Lanceiros.

III – Viva Viana! Passe-calle, pela tuna. – O Zé Minhoto, scena cómica, pelo auctor, Leite Pereira. – Amoureuse, valse de Bergé, pela tuna. – De Braga a Fafe, «Passe-calle», Arlindo Machado, pela tuna.

IV - «O Gabinete do Sôr Regedor», comedia burlesca em um acto.

V – Muchacha, valse de Cavalcanti, pela tuna. – Cantares, 4ª rapsódia de Arlindo Machado, pela tuna. – Viva a folia! Passe.calle do académico Bernardino Macedo, pela tuna.

VI – Os maestros, terceto cómico.

O espectaculo decorreu com enthusiasmo, recebendo os académicos por vezes manifestações de agrado da plateia.

Os nossos hospedes, que tão gratas recordações nos deixam d’esta festa, retiram hoje.»

In jornal “O Jornal de Fafe”, nº 769, 9 Dezembro 1906

 




«Excursão a Fafe - Commisão de 1906. Lyceu de Braga»
Fonte: https://arquivo.cm-pontedelima.pt/